segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Espera(ança)

A espera já se cansa
De todos esses anos,
De todos essas estradas,
Da vida passar.

A espera pode até
Esperar a resposta
Do antecedente
Futuro que é,

Do que se passa,
Do que se fica,
Do que se pode.

E, talvez,
Quem dera,
Outra vez,

Possuir a flecha
Que derrubou o muro,
Que fez a cachoeira parar,
Que fez o coração bater.

E, talvez,
A espera
Possa ser
A minha esperança.



- Vitor Rabelo de Sá
( 30 / 12 / 2013 )


quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Aperto

E o que resta
É o cheiro amarrotado
Na camisa amassada

E o gosto
Na lembrança
Daquela noite
Cheia de luar
Para contemplar
A dança entre
Nós dois.

E o que resta
É o vazio da incontinuidade
Pendurado no tempo
De toda vontade,
Desejo e pensamento.

Esse aperto,
Tão perto,
Que guardo
Dentro de mim,
Tão presente,
Tão distante,
Constante.


- Vitor Rabelo de Sá.
( 25 / 12 / 2013 )

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Essa tal saudade.

É quando cresce
O aperto dentro
Do peito

Que se sabe
A intensidade
Que tem
Essa tal
Saudade.


- Vitor Rabelo de Sá
( 22 / 12 / 2013 )



sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Milhares de sonhos.

E, da vida,
Separo-me em
Milhares de partes
Para fazer da
Realidade
Um sonho.

E, de todo sonho
Que já tive,
Junto-me em
Milhares de 
Corações
Para que seja
Feita a minha
Realidade.


- Vitor Rabelo de Sá
( 20/12/2013 )

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Reclamar

O céu claro,
Com o sol a me esquentar
Longe de casa.
Perdido, só.

A multidão
Ao redor.
Rostos.
Olhares.

Desconhecimento.

Subitamente surge
A tua nuvem
A me molhar
Com o seu
Arco-Íris
Em forma
De água.

Três gotas.

Reclamar
Re ( CL ) Amar
Re - Amar.


- Vitor Rabelo de Sá
(19/12/2013 )


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Não há tempo
Que apague
O teu cheiro
Que guardo
Em mim.


- Vitor Rabelo de Sá
( 06/12/2013 )
De fato,
Há a distância,
Porém,
Não há separação
Dos nossos sonhos.


- Vitor Rabelo de Sá
( 06/12/2013 )

Feito dia.

E a distância
Se fez presente
Todos os dias
Como a Lua.

Como a Lua
Que me sorri
Com sua alegria
Tão solitária.

Como a Lua
Que me olha
Com o seu imenso
Olhar sereno.

Como a Lua
Que me é vida,
Que me é companhia,
Que me é sonho.

E, no meu sonho,
Busco a perfeita
Melodia.

E tento dizer-te,
Aos desejos,
A tua completude
De uma alma
Clara, feito dia.


- Vitor Rabelo de Sá
( 06/12/2013 )

Ela

E ela veio
Junto com
O brilho
Do Luar
Para iluminar
A minha vasta
Imensidão.

E ela veio
Para fazer
O contato
Mais distante
O presente.

E ela veio.

E ela veio
Como sonho
Todas as noites.

Ela veio
Com o sorriso
Diário.

Ela veio
Com o coração
Apaixonado.

Ela veio.

Saudade.


- Vitor Rabelo de Sá
( 06/12/2013 )

Seja sorriso.

Já que a vida
Pode ser assim,
Que seja sorriso.


- Vitor Rabelo de Sá
( 02/12/2013 )



Se, no mar.

Se, no mar,
Eu me afogo.
Nos teus braços,
Completamente,
Eu me sufoco.


- Vitor Rabelo de Sá
( 29/11/2013 )



Perfume

O pior dos fins
É aquele que fica
O cheiro denunciando
A saudade imposta
Pela distância e ausência
Do teu perfume.



- Vitor Rabelo de Sá
( 19/11/2013 )


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Seja

E que seja assim,
Deixe que o cheiro
Retorne mais uma vez,
Deixe que o prazer
Complete mais uma vez.

E que seja assim,
A busca inacabável,
A espera interminável,
A saudade já completa.

E que seja assim,
Seja sentir,
Seja ser,
Seja alegria,
Seja sorrir.

E que seja assim,
Que seja para sempre,
Que dure o necessário,
Que o sorriso seja,
Para sempre, presente.

E que seja assim,
Seja delicado,
Seja complicado,
Seja inesperado,
Seja surpresa.

E que seja assim,
Sempre com a vontade
Estampada no coração,
Sempre com a gargalhada
Abrigada na relação.

E que seja assim,
Que apenas seja,
Sem complicações.

E que seja natural,
Que seja divinal.

E que seja assim,
Seja infinito,
Seja tempo,
Seja instante,
Seja simples.

Porque, se não for,
O que será da vida
Sem a tua perfeição
Num riso ardente
Emanando (do / de um / do teu)
Coração?


- Vitor Rabelo de Sá
( 28/11/2013 )


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Saudade

Com as malas desfeitas,
A saudade já enfeita
O coração

- Vitor Rabelo de Sá
( 19/11/2013 )

A mata

A mata verde sente,
De toda forma, a dor, sente.
De todo amor, o ardor, sente.
De toda vida, a alegria, sente.

O verde do mar,
Confuso como o teu olhar,
É presente, é estar,
É sorrir, amar.

E a tua casa
Abandonada,
Está ali, largada,
Na ilusão do teu passado.

E o teu sangue,
Antes vermelho,
Agora chora, cinza.

E o teu ar,
Cheio de graça,
De sorriso,
Agora só fumaça.

E a tua teia
Repleta de vida,
Agora só energia.

O retrato diário
Que vejo da tentativa
Da invasão de uma árvore
Nessa floresta de concreto.

Por isso,
Arrancarei o meu coração
Que estava ali,
Cravado num chão de pedra.


- Vitor Rabelo de Sá.
( 12/11/2013 )

Se

E se, um dia,
O mar tentar
Te invadir,
O mar tentar
Te possuir.

E se, um dia,
For anos,
For meses,
For nada.

E, com o nada,
Eu fico aqui,
Ébrio, louco,
Completo.

E se, um dia,
A música parar,
Não poderei mais
Seguir.

Tentarei, ao menos,
Fluir ao som
Do violão
Que insiste em
Invadir,
Com o teu mar,
Meu coração.

E se, um dia,
A vida fosse
Toda a melodia
Da tua alegria,
Fosse imensidão,
Fosse mar,
Fosse amar.


- Vitor Rabelo de Sá
( 18/11/2013 )

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Chegue

Chegue mais perto de ti.
Olhe a vida, como ela passa.
Olhe a beleza do teu olhar
Ao encontro com os
Nossos desejos sedentos,
Ao encontro com a
Nossa necessidade de ser.

Chegue mais perto de mim
E sinta o meu pulsar,
E sinta o meu destino
A caminhar para nós.

Observe como a vida
É passageira, passa,
Corre, anda, engatinha.

Observe como a minha vida
Corre ao estar presente
Do teu calor de viver
E como a espera é,
Para sempre, eterna
Quando a tua ausência
Se instala na minha carne.

Então, prefiro que a vida
Dure apenas um segundo
Desde que eu me complete
Com a tua presença em nós.


- Vitor Rabelo de Sá
 (25/10/2013)



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Espero que tenha gostado.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Disfarce do Sol

Até mesmo no momento
Mais propício,
A felicidade escapa
Pelos dedos
Como fina areia,
Sem sentir, apenas vaga.

A felicidade soa com a música,
Vibrações da melancolia
Exalam pelos olhos
De quem tenta enxergar.

A voz, a melodia.
O dia que já não existe.

O Sol que insiste
Em se disfarçar de Lua
Para continuar observando
O dançar do teu corpo,
Feito uma rosa,
Leve, delicado.

E pensar que conseguiria.
Ilusão.
O pensamento da minha ilusão
Era verdade.


- Vitor Rabelo de Sá.
(23/10/2013)

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Tempo, passado e sonhos.

Se o tempo passa
E arrasta junto
As mais diversas memórias,
As mais aconchegantes lembranças

Passa arrancando as raízes
De toda sua vida,
Vai acabando,
Vai abandonando,
Vai, vai.

Embora o tempo
Passe e te arraste
Junto aos anos
E o passado fique
Esquecido, escondido.

À noite,
Os sonhos insistem
Em retornar à vida,
Em te fazer recordar.

Embora tudo perdido
No porão escuro
Do passado.
Há sempre um sonho
A te recordar e
Te alegrar
De uma felicidade
De um desejo

Que lá estava
Empoeirado,
Mofado.
No mais profundo
Esquecimento
De uma vida.

Porque nada,
Realmente nada
Será capaz de
Te fazer esquecer
Dos teus sonhos.

Nem mesmo o tempo.



- Vitor Rabelo de Sá
(15/10/2013)

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Onde andarei

Os caminhos a seguir
São, ao meu ver,
O intuito de ser feliz,
De prosseguir, conseguir.

Os caminhos a seguir
São estritamente árduos.
Os companheiros de luta,
Bravamente, tentam acompanhar.

O seguir, conseguir,
Ser feliz, sentir.
Sentimentos.

O meu sentimento é
Sentir menos a tua
Ausência,
Mesmo que presente.

Porque o meu desejo
De gozar o prazer
Nunca será ausente
Por onde andei, andarei.


- Vitor Rabelo de Sá
(10/10/2013)


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Radinho

Ali, naquele cantinho,
Eu estava a escutar
O velho radinho.

Cantando as canções
De amor, de verões.
E eu lembro
De todos os meus
Tantos corações.

Corações, sim,
Não tenho apenas um.
Porque de cada paixão
Que teve um fim,
Um coração diferente
Era arrancado de mim.

Agora que a vida
Pode estar melhor,
Eu tento, eu tento
Ganhar um carinho.
Eu tento, eu tento
Te conseguir um tiquinho.

Porque o coração de agora
Já não aguenta essa demora.

- Vitor Rabelo de Sá
(07/10/2013)

domingo, 6 de outubro de 2013

Toda noite

O negro céu, parado, iluminado,
Olhando a luz quase queimada
Dentro do quarto ocupado
Por mim, e, especialmente, por ti.

O mais alto nível de paixão
Esta ali, emaranhado, num colchão.
Toda a sensibilidade da tua pele
Ao ser tocada pelo meu prazer.

Agitação!
Movimentos, sons,
Delírios, ah! Delírios.

A noite propicia a maratona,
Propicia a arte.
E sou o artesão
De mim e de ti.
Explorarei todo o tesão.

Suspiros,
Olhares,
Fluidos,
Toques,
Sentimentos,
Emoções,
Ações.

O êxtase entre corpos.

A flor da tua pele
Macia, serena,
Faz-me esquecer
De todos os espinhos.

E o céu continua
A nos olhar.
Observa nosso ritual
Quase que diário
A fazer emergir estrelas
Para o negro céu.

Porque somos a combustão,
Somos a energia, a fábrica
De todas as estrelas
Do céu.

Sim,
Nós somos a arte.


( Vitor Rabelo de Sá )
- 06/10/2013

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Sede / Vinho

Da mesma forma
Que o homem
Sente sede
Para lembrar (tomar consciência)
 De que está vivo.

Eu, do lado de cá,
 Afirmo a certeza
De amar
Por sentir
A tua falta.

- Vitor Rabelo de Sá
(04/10/2013)

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Vigésima Lua

O sol insiste, diariamente
Em banhar calorosamente
Todas as minhas vinte almas.

Almas, essas, que são noturnas,
Que se abrigam no escuro céu
Do pensamento atordoado
A me perseguir sempre.

O meu abrigo é a Lua,
É o corpo calmo, sereno
Em meio ao turbilhão
Da escuridão do infinito.

E, da Lua, vejo toda a vida
Existente em teu planeta,
Vejo a alegria da tua musicalidade,
Vejo todo o amor e paixão,
Todo desejo e doença,
Todo sonho e esperança.

O medo é um presente constante,
É o cair, o vagar, o desvendar.
O medo é o que me mantém
Aqui, isolado em minha
Vigésima Lua.

É o medo de cair nesse universo,
De cair em teu planeta,
É o medo de me jogar
Na paixão diária, na paixão presente.

Apenas tenho meu violão,
Apenas tenho minha ilusão,
Meus pensamentos, sentimentos.

Mas não tenho a mim.

Porque só existirei
No momento em que houver
A partilha da tua explosiva vida
Com o sereno e distante amor
Que guardo nessas vinte luas.


- Vitor Rabelo de Sá
(30/09/2013)

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Atirador

O destino que escolhi
Foi viver a pensar
A todo instante
Num olhar.

Num olhar constante
A observar
Todos os sentidos
Que se tornaram ausentes.

E passo rápido
Por essa vida.
Cada dia
Torna-se ano
Torna-se eterno.

Sou o contrário
De um atirador.
Vivo a tirar a dor
De quem sofre.

Pois, o sorriso
Materializado
Em teu ser,
Não há quem possa matar.


- Vitor Rabelo de Sá
(23/09/2013)



Devagar

E a minha vontade
De vagar bem
Devagar
Em teu rio
De amor
É perfeitamente
Presente
Todos os dias.


- Vitor Rabelo de Sá
(21/09/2013)



Flocos

Que teu calor
Seja a
Cobertura
Da nossa
Mistura
Num sorvete
De flocos
Com o sabor
De menta do
Teu amor.


- Vitor Rabelo de Sá
 (16/09/2013)

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Gelo

E por toda minha vida
Tentei fazer mistério
Os mais simples atos
De amor.

E por toda minha vida
Tentei fazer segredo
Os mais simples fatos
De paixão.

Porque todo novo conhecer
Me fez o passado renascer.
E todo o passado
Me fez ausente.

Agora estou fora
Da sua casa.

Transformarei todo o meu amor
Em uma pedra de gelo
Para jogá-lo em sua janela,
E, em suas mãos, derretê-lo.

Para que se sacie
A tua sede
Com todo o meu amor
Aquecido em teu corpo.



- Vitor Rabelo de Sá
(16/09/2013)

domingo, 8 de setembro de 2013

Tecido

E se tudo, um dia,
For prazer,
For alegria de ter
Todo amor teu.

E se tudo for
A vontade já estampada
Em minha face,
Que transfere a ti
Todo aquele sentimento.

E se tudo for
A conexão entre dois corpos,
For a troca,
For a experiência,
For a realização.

A minha busca inacabada,
A minha arte contaminada,
O meu corpo sedento
Do teu prazer
Para satisfazer a mim.

E se tudo for amor,
E se tudo fosse amor.

E se o tecido
Da tua pele
Pudesse ter sido
O meu cobertor.

Estaria completo,
Mesmo que numa fria noite.


- Virna Manuella Sampaio Sousa e Vitor Rabelo de Sá

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Vento

E com os ventos,
Eu ando livremente.
E com os ventos,
Eu voo sempre.

E não há barreiras
Que me impeçam
De chegar onde desejo.

E não há montanhas
Que me proíbam
De elevar-me.

E o meu destino
É seguir o vento.
E o meu destino
É fluir.

E como os ventos,
Sou vento,
Sou só.

E a companheira
É sempre a solidão.


- Vitor Rabelo de Sá
( 04/09/2013)

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Auto-Retrato

A fixa imagem
Tão atenta,
Tão silenciosa
Ainda está
Pendurada,
Solitária
Na parede.

A imagem,
Memória,
Lembranças,
Desejos,
Sonhos,
Alucinações,
Realidade.

A imagem
Ainda paira,
Ainda observa,
Ainda penetra.

A imagem
A acompanha,
Destaca alterações,
Avisa o tempo,
Avisa a vida.

E seu
Auto-Retrato
A observa diariamente,
Conta à sua vida
Que o tempo
Nunca para.

Ela apenas observa,
Sentada,
Seu Auto-Retrato.


- Vitor Rabelo de Sá
(27/08/2013)

domingo, 18 de agosto de 2013

Haverão

Há de ser feliz
Tudo que possa
Tornar sorriso
Em uma alma.

Há de ser tudo
Tudo o que complete
O vazio inóspito
Da solidão de um coração.

Há de ser fim
Tudo que elimine
A tristeza
Abrigada num sorriso.

Porque nada
É fim
Sem estar completo,
Sem estar feliz.

E haverão paraísos
No mundo
Em que vives.

Sim, há verão
E paraísos.


- Vitor Rabelo de Sá
(18/08/2013)

Quero que a luz do sol

Quero que a luz do sol
A surgir e a iluminar
Todo esse esse caminho
Ao passo do meu andar.

Quero que a vida inteira
De sentir a pureza
Em toda imensidão desse mar
Na mais intensa delicadeza

Quero que todo dia,
Junto à janela,
Rodeada de luz

Eu possa te roubar,
Eu possa te segurar a mão.
Eu possa ser nós.


- Vitor Rabelo de Sá
(18/08/2013)

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O passado é sempre mais feliz

Do tempo
Em que se fazia instante,
Subia no pé de árvore
Todas as noites
Para ver além do infinito.

Além das estrelas,
Além daquele mar
De terra seca
Sem vida.

Do tempo
Em que se fazia o riso
Todas as vezes
Em que o acidente
Era diversão,
Era alegria,
Coração.

Do tempo
Que não é mais presente,
Do tempo
Que era passado.

E o passado
É sempre mais feliz.


- Vitor Rabelo de Sá

(13/08/2013)

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Distância

E a distância se faz presente
A todo momento em que há
Um novo conhecer,
Um novo querer.

E a distância me faz sofrer
Com a impossibilidade
De não poder te tocar o céu
De sua beleza.

E se o sonho fosse presente,
E se o sonho fosse possível.
Estaria a ti desvendar
A todo instante.

E que eu possa seguir
Você junto ao acaso,
Em uma noite,
Ao som de um Blues.

E que eu possa navegar
Em nossas emoções
Mais profundas.


- Vitor Rabelo de Sá
( 01/08/2013)

terça-feira, 30 de julho de 2013

Baixa pressão

E a ressaca dessa vida
Tão diária,
Remete ao delírio
Que me é privado
De se fazer real.

Que me é privado
De se fazer o amor
À pessoa desejada,
Que me é prisão.

O sentido me é
Foco, é desejo, sexo.
O sentido me é alegria, boemia,
É dança, fotografia.

E o sentido é você.


- Vitor Rabelo de Sá
 (28/07/2013)

Cinco

Imagina se
Em cinco minutos
Tudo parasse,
Tudo congelasse
E restassem
Apenas cinco minutos.

Imagina se
Às cinco horas,
Fosse a manhã surgindo,
Fosse o sol reluzindo,
Fosse a música a acalmar.

E se,
Em cinco momentos,
Pudesse a terra parar,
Pudesse a distância acabar,
Pudesse tudo, tudo navegar.

Navegar em um mar
Em que haja palavras,
Em que haja o contato.
Em que se possa,
Com cinco palavras

Transcender a tua alegria.


- Vitor Rabelo de Sá
(29/07/2013)

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Estou

Estou a caminho
Do teu olhar
Tão brilhante
A iluminar
Toda cidade
Num instante.

Estou a caminho
Do teu sorriso
Tão aconchegante
A me tranquilizar
Todo instante
Em seu calor.

Estou a caminho
Do teu abraço
Tão perfeito
A me acolher
No eterno momento.

Estou a caminho
Da minha paz
Tão sonhada
A me realizar
Sempre.

Estou a caminho
De mim,
De você,
De nós.


- Vitor Rabelo de Sá
 (29/07/2013)

sexta-feira, 26 de julho de 2013

O dia da noite

A noite que vai cobrindo o dia
Sempre passa com a afirmação
De que nada, nem o impossível
É capaz de impedi-la.

Impedi-la de fazer sua sina
Que é atropelar o dia,
Que é aquietar as almas,
Que é agitar o pensamento.

E a noite é companheira,
A noite é guerreira.
Poucos a acompanham,
Poucos a amam.

Mas eu sou da noite,
Faço meu pensar
A todo instante
Pois é escuro.

Faço meu pensar
Sempre que o cansaço
Me apunhala pela frente.
Neste momento,
Neste repente.

E eu sou da noite
Que encobre os lençóis
Emaranhados de um casal,
De uma história,
Um amor.

E eu sou tudo,
Sou a metade,
Sou a parcela,
Sou nada.

E eu sou
Só.


- Vitor Rabelo de Sá
 (26/07/2013)

quinta-feira, 25 de julho de 2013

E o tempo passa

E o tempo passa
Com toda a certeza
De olhar para trás
E perceber, reconhecer.

Reconhecer que tudo
Era só ilusão,
Que tudo era só
Solidão.

E os sonhos se vão,
Atravessam pela
Janela da minha
Alma solitária.

A esperança fica
Escondida, pequenina,
Fica adormecida,
Fica.

Pois todo poema
É a consequência
Da alegria que,
Um dia, fora roubada.


- Vitor Rabelo de Sá
(25/07/2013)

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Tua presença sem lua

Não há lua nesta noite
E o frio na alma despida
Usa a saudade de açoite
Que marca demais a vida.

E que de vida,
Tenho metade de lua
Que há tempos
Anda ausente de minha noite.

O desoriente deste norte
Um calafrio na descida
O vento que uiva mais forte
E a falta da tua guarida

Mas o poeta que sonha
Desenha a tua presença
Em cada dobra da fronha
E pede à saudade licença

E se tudo fosse sonho
Não poderia, eu, recordar
De tua beleza, num tom
Distante de um olhar.

E, na lua, sinto a presença
Do teu pensar, teu amar.
E, na lua, sinto a ti,
Ali, quietinha, a me olhar.


- Marisa Schmidt, Vitor Rabelo de Sá e Wasil Sacharuk

domingo, 21 de julho de 2013

Dúvidas

Será que você ainda lembra
Do tempo em que se fez presente,
Do tempo que é verdade,
Do tempo que é saudade.

Será que você ainda sonha
Com o momento em que há
Todo aquele contato
Dos corpos flamejantes.

Será que você ainda conversa
Com o mistério embriagado
Pelo amor tão negado,
Que, de conhecimento, fez-se novo amor.

Será que você ainda pensa
Na mera possibilidade
De, um dia, embriagar-se
Por aquele mesmo mistério.

Aquele mesmo corpo,
Aquele mesmo sonho,
Aquele mesmo ar,
Aquele mesmo som,
Aquele mesmo pensamento.

Será que você
Ainda quer se aventurar
Pelo meu corpo?


- Vitor Rabelo de Sá
(21/07/2013)

E toda essa noite.

E toda essa noite
Que me observa
Tranquilamente,
Calmamente...

E toda essa noite
Que me observa
Com seu olhar
De estrelas.

E toda essa noite...

Veio-me a lembrança
De tantas outras noites,
Noites felizes,
Noites passadas.

Veio-me o desejo
Das noites futuras,
Embora que distantes.

E que se realize
A minha vontade.

E que se realize
A tua vontade.

Nosso desejo
De dançar,
À noite,
Cobertos pelas estrelas.


- Vitor Rabelo de Sá
(21/07/2013)

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Norte

Talvez, por sorte,
Ou por poesia,
Faço meu repente
Nesse pensamento.

E, por sorte,
Eu, que sou
Do norte,
De terra seca,
Povo forte.

Não há possibilidade
D'eu deixar minha terra,
Esse mar anil,
Por alguma serra.

Só hei de vagar
Pelo Brasil,
Espalhando todo
Esse meu cantar

Que vem de cima,
Lá do Norte,
E vai caindo,
Vai descendo
Para o Sul.

Sul de gente aperriada,
Gente espremida,
Gente apertada.

Trago, neste falar,
As falas de um falador
Que fala de tudo
Mesmo que tudo
Seja nada.

E não há nada
Que me faça
Parar de falar
As falas do
Coração.


- Vitor Rabelo de Sá
(19/07/2013)

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Lutador Solitário

Certo dia, eu, Sol, dono da luz,
Estava a caminhar pelos lados da terra,
Iluminando o que havia de ser iluminado,
Clareando os vales e descobrindo
Novos tipos de vida, de amores.

Estava, eu, a desvendar os rostos,
As faces dos seres que necessitavam
Da luz, do calor, do prazer...

E o céu me acompanha,
Ele me persegue todos os dias,
Por toda a eternidade.
Saudade.

O céu possibilita que eu
Penetre nas profundezas da terra.
Mas apenas eu posso iluminar.

Ah!
Lutador Solitário,
Tentando ganhar da vida,
Tentando ganhar da noite,
Querendo achar a ternura
Do poder olhar.
Do poder perceber que,
Além do que os olhos veem...

Eu consigo ver o que há
Além do horizonte, além do mar.
Mas ninguém é capaz,
Nem mesmo a lua.

Ah!
Lutador Solitário,
Apenas querendo um agrado,
Um afago,
Uma felicidade...

Mas a Lua não me vê.
Eu a ilumino,
Espero que não seja em vão.

Pois, um dia,
Quero me unir a ela,
Para que não haja mais escuridão
Nos mais profundos lares
Da terra.

Sou o Lutador Solitário.

(14/11/2012)

- Vitor Rabelo de Sá

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Breve momento

Pelo breve momento
Vejo em seus olhos
O descontentamento
Que sigo em cada passo meu.

Pelo breve momento
Torno-me luz
Para iluminar-te
O caminho do abraço.

Pelo breve momento.

Pelo breve momento
Sinto em cada emoção
Teu silêncio apunhalar-me,
Lá dentro, no coração.

E pelo eterno momento
Eu quero me aquecer
Em tua gargalhada
Vermelha, ardente.

Eu quero te unir
Ao meu ser.

Porque o momento,
Ah, o momento,
É apenas o pensar do tempo.


- Vitor Rabelo de Sá

terça-feira, 9 de julho de 2013

Sonhador

Além do céu e das estrelas,
Fico a pensar,
Se existe alguém
Em algum lugar

Que possa, junto à mim,
Sonhar o passado
Que é tão presente
Nas noites.

Além dos mares e dos montes,
Fico a imaginar,
Se há possibilidade
De vida, de favores,
De promessas

Que me deixe viver
A realidade alucinada
Dentro do meu cotidiano,
Dentro do meu pensamento,
Dentro da minha vontade.

E, além de tudo,
Apenas sonho,
Apenas devaneio,
Apenas existo.

Pois todo sonhador
Sonha com a dor
Que restou de um
Antigo amor.


- Vitor Rabelo de Sá

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Vermelho

E se em meio a escuridão
Viesse o vermelho a pairar,
Afirmando a vontade dos corpos.
Seria a aprovação do desejo.

E se ao som de um blues
Ela viesse, cantarolando
A experiência do reconhecimento.
O som seria da felicidade.

E se, ao menos, eu pudesse
Ver além do que escuto,
Poderia realizar a vontade mais primitiva.

E se fosse a última força,
A última escolha,
Último caminho.

O caminho que encontra
O mar,
O caminho que me leva
À tranquilidade.

E se a vida fosse
Todo o sentimento
Do solo de um blues.

E se a vida fosse você.

O desejo de entrelaçar
As paixões mais profundas
Vindas num vermelho.

Num impossível vermelho
Que me rodeia.



- Vitor Rabelo de Sá

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Ontem

E se o ontem não for o passado,
E se o ontem for o amanhã,
E se o ontem for um caminho

De seguir,
De fluir,
De ser.

E pela janela vê-se o mundo
Que o aguarda ao lado de fora
De seu tempo.

E pela janela vê-se a distância
Do presente que aguarda o futuro.

Porque o tempo está parado,
porque o tempo está petrificado.

Porque o tempo só anda
Se for com dois corações.

Mas é complicado
A possibilidade de estar próximo
Na infinidade da tua distância.


- Vitor Rabelo de Sá

sábado, 18 de maio de 2013

Talvez

Talvez
Se as palavras fossem ditas
No momento em que
Houvesse a vontade,

Talvez houvesse realidade.

Talvez
Se com a tinta que escrevo,
Pudesse, eu, ler esses versos
Com teus olhos,

Talvez meus pensamentos
Falariam em versos,
Talvez meus versos
Chegariam até você.

Talvez.

Talvez
Se eu fosse invisível,
E pudesse chegar a ti,
Pudesse voar até tua janela,
Pudesse sentir o cheiro
Que emana do seu sorriso,

Talvez eu não escreveria mais.

Talvez
Se eu pudesse escolher
Alguma forma de ser,

Talvez seria eu,
Talvez seria você.

Mas a certeza é de ser(mos) nós.


- Vitor Rabelo de Sá

O grito

O grito
Que vem da alma
É a voz do
Prazer mais profundo
Em que se pode almejar.

Mas o grito
Que vem do peito,
Quando escutado,
Já não há mais razão no mundo
Para impedir-me,

Impedir-me de te devorar,
De arrancar todos os risos
E gargalhadas necessárias
Para fazer pulsar
O coração.

E o meu grito é de verdade.


- Vitor Rabelo de Sá

Piano

Ao som de um piano,
Sinto as vontades surgindo,
Sinto os sentimentos
Superando a razão,
Sinto o desejo mais profundo.

Ao som de um piano.

Ao som de um piano,
Vejo-me como partícula,
Vejo-me como um ser,
Como essência.

O sonho que há tempos
Tem vivido em mim,
A escuridão diária,
A sombra do desespero,
A falta de som.

E a minha vontade
É de luz, de sol,
Estrela.

E minha vontade inacabável,
E meu desejo de poder englobar,
Englobar os meus sonhos,
Meus instintos,
Meus desejos de você.

Mas é apenas um piano
Emanando o som da perfeição.


- Vitor Rabelo de Sá

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Cotidiano

E meu cotidiano é estar,
É estar ali, parado,
Parado frente ao tempo,
Tempo de gritar,
Gritar ao mundo a vontade,
Vontade de verdade,
Verdade de você.

E meu cotidiano é estar,
Estar em busca,
Busca de vida,
Vida tentando sorrir,
Sorrir para quem se olha.

E meu cotidiano é repetitivo,
É maquinal, robótico,
E meu cotidiano é artificial.

É artificial porque não há vida,
É artificial porque há um mundo escuro,
Invisível a me rodear.

Mas, ao se perceber,
Vejo-me alegre

Porque a vida mora ao meu lado.


- Vitor Rabelo de Sá

terça-feira, 30 de abril de 2013

Robô

O robô
É mecânico
Mas o sorriso
É carnal.

É carnal porque
Há um carnaval
Atrás de um gesto
Tão mecânico.

Porque sorrir é
Obrigatório.
Porque sorrir para
Quem se olha
É mais confortável
Que a silenciosa
Verdade de um olhar.

Mas o robô é uma máquina,
E eu sou seu sorrir,
Sou a ação maquinal
Do desejo escondido
Que o sorriso quer.

E que meu sorriso
Penetre em seus olhos
Prateados.

E que meu desejo
Seja nossa vontade
Do agora.

E que a nossa alegria seja,
Acima de tudo,
O pulsar de um coração
Dentro dessa caixa de metal

Chamada vida.



- Vitor Rabelo de Sá

Tudo

E não se pode ter tudo.
Mesmo que meu tudo
Seja apenas o detalhe
De poder dizer-te ao coração,
A felicidade de poder,
Em seu abrigo, viver.

E não se pode ter tudo,
Mesmo que pudesse,
Não me seria possível.
Porque aquela muralha
Mês esbarra de chegar
Ao teu mar.

Já que nada posso,
Tentarei, ao menos,
Esboçar o mais puro
Sorriso de um sonho.

Pois o sonhos é
A realidade em
Que um poeta vive
Todos os dias de seu
Pensamento.




- Vitor Rabelo de Sá

Caminho

O que se busca encontrar
No fim dessa estrada?

O calor do Sol.

A fonte de vida,
De paz,
Sensações.

A fonte da satisfação
Diária,
Da alegria do riso,
O riso da lágrima.

E essa estrada me leva,
Me guia,
Me sustenta.

E essa estrada sou eu.

Sou eu menos só.

Porque a fonte
Da minha alegria

É o calor
Do teu Sol.



- Vitor Rabelo de Sá

E não será hoje

E não será hoje
Que te escreverei
Um poema.

Não irei mais falar,
Chorar, sorrir,
Gritar, amar
Em um poema.

Não precisará mais
De folhas e tintas
E mãos e cabeça
E coração
Em um poema.

Todo sentimento alojado,
Petrificado, sedimentado,
Não haverá mais.

Em um poema.

Porque,
A partir de agora,
Passarei a sê-lo.

Serei, eu, o teu poema.



- Vitor Rabelo de Sá

Para você

Em determinado momento,
O conhecer parece inevitável.
A profundidade e o impacto
Do tom, do timbre,
A voz.

De formas e sabores,
A interação pelo intelecto,
Por semelhanças
Do que se gosta.

Dois pontos
Ligados pelo invisível
Tão resistente.

E que nada possa
Quebrar essa linha,
E que nada possa
Derrubar essa muralha.

Porque a sustentação
É o ideal do que se chamam
De amor.



- Vitor Rabelo de Sá

domingo, 21 de abril de 2013

Olhos

O sal que escorre
Dos meus olhos
Tentam desesperadamente
Alimentar a minha alma.

Toda a tensão do sentimento.
O olhar capturando o momento,
A sensibilidade inquestionável
Das imagens que se metamorfoseiam.

E, quando eu finalmente
Poder te carregar ao peito,
Dentro de uma sala,
Uma sala que não há tempo.

Pois o tempo esquece
De quem espera,
O tempo passa como um tufão,
Como uma onda gigante.

Pois venha, então,
Já que não há mais tempo,
Já que não há mais espera,
Já que não há mais futuro.

Porque eu sou agora.
Eu sou o último marinheiro
Nesse navio perdido.
Porque eu sou você.



- Vitor Rabelo de Sá

sábado, 13 de abril de 2013

Instante

E se a vida for
Uma fotografia,
Qual momento
Seria a sua?

Quem estará com você
Naquele instante
Para o resto da eternidade?

O que você estaria
Fazendo
Naquele momento?

Porque a vida
É um instante,
É um piscar de olhos.

Porque a vida
É uma fotografia.

Então escolha,
Escolha seu momento.

Porque de tudo
Somos instantes.


- Vitor Rabelo de Sá

Poema de ônibus

Enquanto tudo está parado,
A linha contínua
É infinita.

A espera é infinita,
A tensão é infinita,
A angústia é infinita.

Essa prisão móvel
Com horários marcados,
Com locais exatos,
Com preço determinado.

A espera.

O imprevisto para o fluxo,
Multidões de vida
Sem vida.
Parece uma fotografia,
Tudo estático.

Está tudo parado no trânsito.
E o poema é, pelo tedio,
Fabricado dentro do ônibus.


- Vitor Rabelo de Sá

terça-feira, 2 de abril de 2013

Café

O gosto amargo que ficou na boca,
Deixado pelo café.
Tão cotidiano
Que, a queimada língua,
Tão acostumada,
Já não arde mais.

As madrugadas a fio,
Com os sonhos nos olhos,
As letras na cabeça,
A caneta na mão
E o sabor no corpo.

Os sonhos e desejos
Transpassados para o papel,
As alucinações vividas,
Sonhadas, almejadas...

A única sustentação do corpo,
O fogo que alimenta o espírito,
A alma embriagada pelo café.

Porque, de algo, é combustível
Para o ciclo da vida.
Porque é preciso sempre
A alucinação, a embriaguez
Para a vida.

E a vida precisa de seu café.



- Vitor Rabelo de Sá

terça-feira, 26 de março de 2013

Essência

Tão perto na fronteira do longe,
É assim, o ser.

A minha essência é pura,
Purificada, puramente
Mente.

Pois o que está além do meu eu
É distante.

Um distante da realização.

Porque o que posso englobar
Na minha essência
É perto, é posse, é meu.

E que eu possa te engolir
Em um dia só meu,
Em um momento só
Em meu ser.


- Vitor Rabelo de Sá

segunda-feira, 18 de março de 2013

As vezes

As vezes a mente
Mente descaradamente.
Mas com a razão
Apunhalando o coração.

As vezes a mente
Sofre por ser consciente,
Sofre pelo prazer,
Sofre no sofrer.

E de nada a alma é capaz.
As batalhas são ferozes
E as derrotas constantes.

Apenas um jovem rapaz
Buscando paz, lábios felizes.

Porque de tudo, somos instantes.



- Vitor Rabelo de Sá

Olhos negros.

Naquela noite escura,
Com a música a tocar
Aquele Blues solitário,
Blues.

Os olhos a me guiarem.

A felicidade no início
Era plena,
Com o sorriso que me engole.

A sensação do completo,
Do inquebrável, intocável.
Do perfeito.

Mas os olhos ficam me matando.

A escuridão das pupilas,
O mar negro, turbulento,
Engolindo toda a alegria.

Aqueles olhos,
A aparência da morte.

Sua alma tomada,
Despedaçada.

A alma do poeta,
Incompleta,
Com o sorriso no coração
E os olhos querendo ver.

Mas o poeta cego é o melhor
Para enxergar.

Pois é com o coração que se enxerga.



- Vitor Rabelo de Sá

Até lá

E, até lá,
Quando o dia chegar,
O sol há de brilhar,
Esquentar, clarear
Meu coração.

Com aquela vontade
Única,
Verdadeira.

E, até lá,
Quando a lua subir,
A luz sumir,
O mar de estrelas
A me banhar.

E, até lá,
A espera é constante,
Pois a poesia nunca
Será a perfeição.

Será mais!



- Vitor Rabelo de Sá

Alegria de sorrir.

Que o riso possa
Alegrar-te a esperança
De, futuramente,
Cantarolar aos ventos
A alegria de sorrir


- Vitor Rabelo de Sá

Pequenos poemas.

Queria que visse,
Da maneira que vejo,
A grandeza do brilho do sol
A refletir em teu espelho.

-

Que seja assim,
E se não, será
Todo dia, toda noite.
Ainda estás nos sonhos,
Noite escura,
Clara lua.

Teu brilho.

-

E a alegria pode estar ao lado,
Sorrindo para ti todos os dias,
Guardando teus olhares,
Armazenando teus desejos
No mais profundo sentimento
De alegria.

-

E a vida continua a viver,
Com a vida dos amores,
Com a vida da vontade,
Com a vida das nossas vidas.



- Vitor Rabelo de Sá

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Naquela.

Naqueles olhos negros
Que me mergulhavam,
Naquele sorriso meio amarelado
Que me sorria.

Naquele gesto de ternura,
Meio feroz, meio perfeito.

Naquela voz suave,
Com gosto do açúcar
E o tom da firmeza.

Naquele corpo quente
Pedindo por calor.

Naquele ser que deve existir,
Deve te fazer existir,
Deve o amor existir,
Deve o sentimento existir,
Deve o existir a existir.

Naquele ser.
Que de tudo,
Não há nada.

Apenas o olhar sorridente.



- Vitor Rabelo de Sá

Que a vida passa

Que a vida passa
A cada passo
Pelo passado.

Passa.

Que o sim
Há de ser dito
Exclusivo para o não.

Sim.

Que se possa
Lá no poço
Achar a poça de vida.

Possa.

E que se deva,
Principalmente,
Inevitavelmente,
Exclusivamente.

Olhar para frente
Naquele futuro incerto
E pegar os seus sonhos.

Feito tubos.

E ingeri-los,
Mastiga-los

Para viver.



- Vitor Rabelo de Sá

Desenho

O desenho que fiz do teu rosto,
Amassado, guardado, esquecido.
O desenho desenhado,
Pendurado no passado,
O perfeito retrato.

O desenho que fiz daquela tarde.
Um dia claro, ensolarado
Ainda aquece a mão que o segura.
Ainda transborda de luz
Nesse escuro quarto.

O desenho que fiz.

O desenho que fiz está guardado,
Embora perdido,
Em algum lugar está na memória.

Porque o desenho não é a cópia,
É a minha definição da tua perfeição.
Naquele desenho que fiz.


- Vitor Rabelo de Sá

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Aquela forma de ser

Aquela forma de ser
Num tom queimado,
Num som avermelhado,
Num olhar quase sincero.

Aquela forma de ser
Andes desconhecida,
Esquecida,
Multi-lados.

Antes de tudo,
Antes de se ver,
De se sentir, ouvir.

Aquela forma de ser.

Um caminho único,
Com várias passagens,
Várias portas.

Emboras tantas possibilidades,
Tantas oportunidades,
Apenas um caminho existe.

Aquele que escolheras.


- Vitor Rabelo de Sá

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O mar


Olhe para o mar.
Diga o que se pode ver
Quais os desejos a ter
Quais os sonhos a querer
Olhe para o mar
Ha o que se possa sonhar
Ondas a pular
Amores a encontrar
Lá no mar
Ele que mora ali
Na esquina do pensar
Na fronteira do ter
Na ilusão de sonhar.
E como estão os seus sonhos?
E como está a sua vontade?
E como está você?
Olhe ali no mar
Os sabores para provar
Delicias escondidas
Sabores já quase esquecidos
E eu que já morei lá
Apenas uma vez.
Uma vontade de retornar
Para sonhar.
Pois desde que de lá saí
Os sonhos me fugiram,
As vontades esvaíram,
Mas os desejos continuam.
Bem ali
Dentro do teu mar.


- Vitor Rabelo de Sá

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A ilha.

Olha ali, aquele mar,
Sei que não o verá,
Mas tente.
Porque, no maior interior que vivas,
Há sempre um mar
Em que se possa navegar.

A praia não é distante,
Não me interessa quantos quilômetros,
Se possível for, nunca será distante.

Nunca será distante o lugar:
Onde eu possa chegar na lua,
Onde eu possa tocar nas estrelas,
Onde eu possa me acalmar.

E que nada seja impossível,
Porque, no coração de um poeta,
Há sempre todo o desejo
Realizado na loucura dos sonhos.


- Vitor Rabelo de Sá

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Seca folha

E a seca folha continua a cair.
Vai caindo,
Vai sonhando.

Em terra ser.

E a seca folha continua a cair.
Vai sonhando,
Vai desejando.

A água tão amada,
Tão querida.

A seca folha,
Que outra hora era verde,
De sede, marrom ficou.

Mas a ilusão está presente,
E ela é de todos,
Porque a ilusão é real.

A ilusão de ter a vontade ao lado,
De tero prazer presente.

Então venha, mar.
Venha mar.
Vem amar.

E a seca folha continua a cair.
Sem rumo,
Sem futuro,
Sem vontades de vida,
Apenas com vontade do ser feliz.


- Vitor Rabelo de Sá