sábado, 18 de maio de 2013

Talvez

Talvez
Se as palavras fossem ditas
No momento em que
Houvesse a vontade,

Talvez houvesse realidade.

Talvez
Se com a tinta que escrevo,
Pudesse, eu, ler esses versos
Com teus olhos,

Talvez meus pensamentos
Falariam em versos,
Talvez meus versos
Chegariam até você.

Talvez.

Talvez
Se eu fosse invisível,
E pudesse chegar a ti,
Pudesse voar até tua janela,
Pudesse sentir o cheiro
Que emana do seu sorriso,

Talvez eu não escreveria mais.

Talvez
Se eu pudesse escolher
Alguma forma de ser,

Talvez seria eu,
Talvez seria você.

Mas a certeza é de ser(mos) nós.


- Vitor Rabelo de Sá

O grito

O grito
Que vem da alma
É a voz do
Prazer mais profundo
Em que se pode almejar.

Mas o grito
Que vem do peito,
Quando escutado,
Já não há mais razão no mundo
Para impedir-me,

Impedir-me de te devorar,
De arrancar todos os risos
E gargalhadas necessárias
Para fazer pulsar
O coração.

E o meu grito é de verdade.


- Vitor Rabelo de Sá

Piano

Ao som de um piano,
Sinto as vontades surgindo,
Sinto os sentimentos
Superando a razão,
Sinto o desejo mais profundo.

Ao som de um piano.

Ao som de um piano,
Vejo-me como partícula,
Vejo-me como um ser,
Como essência.

O sonho que há tempos
Tem vivido em mim,
A escuridão diária,
A sombra do desespero,
A falta de som.

E a minha vontade
É de luz, de sol,
Estrela.

E minha vontade inacabável,
E meu desejo de poder englobar,
Englobar os meus sonhos,
Meus instintos,
Meus desejos de você.

Mas é apenas um piano
Emanando o som da perfeição.


- Vitor Rabelo de Sá

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Cotidiano

E meu cotidiano é estar,
É estar ali, parado,
Parado frente ao tempo,
Tempo de gritar,
Gritar ao mundo a vontade,
Vontade de verdade,
Verdade de você.

E meu cotidiano é estar,
Estar em busca,
Busca de vida,
Vida tentando sorrir,
Sorrir para quem se olha.

E meu cotidiano é repetitivo,
É maquinal, robótico,
E meu cotidiano é artificial.

É artificial porque não há vida,
É artificial porque há um mundo escuro,
Invisível a me rodear.

Mas, ao se perceber,
Vejo-me alegre

Porque a vida mora ao meu lado.


- Vitor Rabelo de Sá