sexta-feira, 14 de junho de 2013

Vermelho

E se em meio a escuridão
Viesse o vermelho a pairar,
Afirmando a vontade dos corpos.
Seria a aprovação do desejo.

E se ao som de um blues
Ela viesse, cantarolando
A experiência do reconhecimento.
O som seria da felicidade.

E se, ao menos, eu pudesse
Ver além do que escuto,
Poderia realizar a vontade mais primitiva.

E se fosse a última força,
A última escolha,
Último caminho.

O caminho que encontra
O mar,
O caminho que me leva
À tranquilidade.

E se a vida fosse
Todo o sentimento
Do solo de um blues.

E se a vida fosse você.

O desejo de entrelaçar
As paixões mais profundas
Vindas num vermelho.

Num impossível vermelho
Que me rodeia.



- Vitor Rabelo de Sá

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Ontem

E se o ontem não for o passado,
E se o ontem for o amanhã,
E se o ontem for um caminho

De seguir,
De fluir,
De ser.

E pela janela vê-se o mundo
Que o aguarda ao lado de fora
De seu tempo.

E pela janela vê-se a distância
Do presente que aguarda o futuro.

Porque o tempo está parado,
porque o tempo está petrificado.

Porque o tempo só anda
Se for com dois corações.

Mas é complicado
A possibilidade de estar próximo
Na infinidade da tua distância.


- Vitor Rabelo de Sá