domingo, 9 de novembro de 2014

Sinto-te em vida

Sinto-te em vida
Sempre que respiras,
Sempre que o olhar sente,
Sente teu calor vital.

Sinto-se em vida
Quando a vida vibra
Nas cordas de um violão.

E, nas músicas que emanam
Das vibrações,
Hão de ser sentimentos
Hão de ser desejos.

Mas a música é física,
É ondulação,
É física.

Mas são nessas ondas
Que estão abrigados
Os maiores amores do mundo.

Porque os amores
Sem a vida da música,
Sem a chama do desejo,
Nada é.

E sinto-te em vida
Quando há qualquer vida
No milagre sonoro
De uma melodia
Tocada em Sol Maior.



- Vitor Rabelo de Sá
( 01 / 11 / 2014 )


E sai do coração

E sai do coração
Toda a tua capacidade
De poder expor ao mundo
A tua fantasia e sonhos

E sai do coração
A música.




- Vitor Rabelo de Sá
( 29 / 10 / 2014 )


terça-feira, 17 de junho de 2014

Casamento

A noite, Lua.
E te vejo nua.
O brilhar do céu,
A refletir no véu.

Os bares cheios,
Os corações vazios.
A esperança viva
E as almas despidas.

E, tu, que partes
Junto com a Lua.
Com o seu véu de
Estrelas e teu
Véu esbramquiçado.

Vejo-me aqui,
Sentado,
Com o vinho
Ainda gelado,
Contemplando
O teu casamento.


- Vitor Rabelo de Sá
( 17 / 06 / 2014 )

sexta-feira, 11 de abril de 2014

O poema nada é

O poema
Nada é
Apenas escrito.
O poema
Só é
No ser.


- Vitor Rabelo de Sá
 ( 11 / 04 / 2014 )


A vontade

No presente,
A mente se faz
De repente.
E, no repente,
A vontade se faz
Lá, tão ausente.

A vontade se faz
No nascer do Sol,
No brilhar da Lua,
No cantar do vento,
Na solidão das ruas.

A vontade se faz
Distante, além.
A vontade se faz
Nos sonhos, realidade.

Mas nada do que
Se tem de desejo
Poderá superar
O encontro e a dança
Do prazer.


- Vitor Rabelo de Sá
 ( 11 / 04 / 2014 )


A dor

A dor,
No ápice do ardor,
Faz-se o amor.


- Vitor Rabelo de Sá
( 07 / 04 / 2014 )


quarta-feira, 26 de março de 2014

Palavras

Posso até escrever
Um milhão de palavras
Para tentar definir
A felicidade em si.

Não quero ser pessimista,
Nem chato.
Mas eu digo, afirmo
Que a felicidade não se define.

Posso ser matuto,
Não ter o saber
Dos estudos.
Sou do Sertão.

Mas eu digo, afirmo
Que a felicidade
Está abrigada
Em seu sorriso
E coração.


- Vitor Rabel de Sá
 ( 26 / 03 / 2014 )




quinta-feira, 6 de março de 2014

Vendedor do Amor

"O amor é vazio",
Disse-me o Vendedor do Amor.
Mal sabia, ele,
Que o amor está em minhas mãos.
Pelo menos o meu amor.

E que o amor seja vendido,
E que o amor seja compartilhado.

Sim, o amor é vazio.
Não se pode objetificar o amor,
Não se pode dar forma ao amor.

Pois o amor é único
Para cada pessoa.

E o meu amor,
Eu o guardo em minhas mãos.
Embora vazias.

Mas ele me acompanha.


Vitor Rabelo de Sá
( 06 / 03 / 2014 )




quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Vida

E se, por sorte,
Eu ainda esteja vivo,
Queria que eu, exclusivamente eu,
Possa sentar ao lado
Da morte que me acompanha,
Mas pretendo não
A acompanhar.
Prefiro à vida.


- Vitor Rabelo de Sá
( 20/02/2014 )


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Egoísmo

O grande egoísmo
Da minha poesia
É fazer a minha voz
De toda forma, silenciar.

- Vitor Rabelo de Sá
( 21 / 02 / 2014 )

domingo, 9 de fevereiro de 2014

E se o mundo

E se o mundo for
Apenas o destino de uma alma
Que vaga em busca
De seu corpo,

E se o mundo for
O medo do tempo passar
E o Sol rasgar a noite
Tão agradável,

E se o mundo for
Apenas mundo.


- Vitor Rabelo de Sá
 ( 09/02/2014 )

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Vida em vida

E, de vida
Em vida,
Vou
        Caindo
Ou permaneço.

E, de vida
Em vida,
Planto a vida.

Porque, diariamente,
A vida nasce
Em vida
Com o novo
Sol que surge
Em cada dia.


- Vitor Rabelo de Sá
 ( 25/01/2014 )


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Serei teu.

Serei teu
No exato momento
Em que resolveres
Partir de mim.

Pois a cada despedida
Há o surgimento
De uma nova saudade

E, para cada saudade,
O reconhecimento
Da importância
Da tua existência.

Então, vai.
Vai para que eu
Possa te amar,
Possa ser teu
No exato instante
Que a saudade nascer.


- Vitor Rabelo de Sá
( 13 / 01 / 2014 )



sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Eu te guardo

E te guardo
Em vários rabiscos
E palavras
Que senti
No momento errado.

E te guardo
Num pedaço de papel
Todo amassado
E molhado
Pelas lágrimas
Que derramei.

E te guardo
Toda desbotada,
Toda rasgada.

Mas te guardo.

Eu te guardo
Em forma de poema
Para que seja eterna
Agora e sempre.


- Vitor Rabelo de Sá
( 03 / 01 / 2014 )