terça-feira, 2 de abril de 2013

Café

O gosto amargo que ficou na boca,
Deixado pelo café.
Tão cotidiano
Que, a queimada língua,
Tão acostumada,
Já não arde mais.

As madrugadas a fio,
Com os sonhos nos olhos,
As letras na cabeça,
A caneta na mão
E o sabor no corpo.

Os sonhos e desejos
Transpassados para o papel,
As alucinações vividas,
Sonhadas, almejadas...

A única sustentação do corpo,
O fogo que alimenta o espírito,
A alma embriagada pelo café.

Porque, de algo, é combustível
Para o ciclo da vida.
Porque é preciso sempre
A alucinação, a embriaguez
Para a vida.

E a vida precisa de seu café.



- Vitor Rabelo de Sá

Nenhum comentário:

Postar um comentário