O gosto amargo que ficou na boca,
Deixado pelo café.
Tão cotidiano
Que, a queimada língua,
Tão acostumada,
Já não arde mais.
As madrugadas a fio,
Com os sonhos nos olhos,
As letras na cabeça,
A caneta na mão
E o sabor no corpo.
Os sonhos e desejos
Transpassados para o papel,
As alucinações vividas,
Sonhadas, almejadas...
A única sustentação do corpo,
O fogo que alimenta o espírito,
A alma embriagada pelo café.
Porque, de algo, é combustível
Para o ciclo da vida.
Porque é preciso sempre
A alucinação, a embriaguez
Para a vida.
E a vida precisa de seu café.
- Vitor Rabelo de Sá
Nenhum comentário:
Postar um comentário