Enquanto tudo está parado,
A linha contínua
É infinita.
A espera é infinita,
A tensão é infinita,
A angústia é infinita.
Essa prisão móvel
Com horários marcados,
Com locais exatos,
Com preço determinado.
A espera.
O imprevisto para o fluxo,
Multidões de vida
Sem vida.
Parece uma fotografia,
Tudo estático.
Está tudo parado no trânsito.
E o poema é, pelo tedio,
Fabricado dentro do ônibus.
- Vitor Rabelo de Sá
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