Naquela noite escura,
Com a música a tocar
Aquele Blues solitário,
Blues.
Os olhos a me guiarem.
A felicidade no início
Era plena,
Com o sorriso que me engole.
A sensação do completo,
Do inquebrável, intocável.
Do perfeito.
Mas os olhos ficam me matando.
A escuridão das pupilas,
O mar negro, turbulento,
Engolindo toda a alegria.
Aqueles olhos,
A aparência da morte.
Sua alma tomada,
Despedaçada.
A alma do poeta,
Incompleta,
Com o sorriso no coração
E os olhos querendo ver.
Mas o poeta cego é o melhor
Para enxergar.
Pois é com o coração que se enxerga.
- Vitor Rabelo de Sá
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