O sol insiste, diariamente
Em banhar calorosamente
Todas as minhas vinte almas.
Almas, essas, que são noturnas,
Que se abrigam no escuro céu
Do pensamento atordoado
A me perseguir sempre.
O meu abrigo é a Lua,
É o corpo calmo, sereno
Em meio ao turbilhão
Da escuridão do infinito.
E, da Lua, vejo toda a vida
Existente em teu planeta,
Vejo a alegria da tua musicalidade,
Vejo todo o amor e paixão,
Todo desejo e doença,
Todo sonho e esperança.
O medo é um presente constante,
É o cair, o vagar, o desvendar.
O medo é o que me mantém
Aqui, isolado em minha
Vigésima Lua.
É o medo de cair nesse universo,
De cair em teu planeta,
É o medo de me jogar
Na paixão diária, na paixão presente.
Apenas tenho meu violão,
Apenas tenho minha ilusão,
Meus pensamentos, sentimentos.
Mas não tenho a mim.
Porque só existirei
No momento em que houver
A partilha da tua explosiva vida
Com o sereno e distante amor
Que guardo nessas vinte luas.
- Vitor Rabelo de Sá
(30/09/2013)
Nenhum comentário:
Postar um comentário