quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O relógio.

Cada vez que se desloca
Aquele ponteiro do relógio,
A determinação da nossa vida,
Da minha vida,
Minha existência.

Envelheço a cada Tic.
Sobrevivo a cada Tac.

Um desespero por viver.
Uma esperança que nasce
De que, a cada barulho mecânico,
A vida vai se diluindo,
Se desmanchando,
Vai acabando.

Mas eu sei que vai demorar.
Não tenho pressa para que
A energia do relógio acabe.
Produzo energia a todo momento.

Só me cabe ter essa solidão
Dentro de mim.
Até saber quanto essa energia pode durar,
Mas eu não sei,
Você não sabe.

Só cabe a mim viver.
Só cabe a mim respirar.
Mas eu não dependo só de mim,
Mas você depende (de mim).

Ah, Tempo,
Que sua tortura seja longa e
Prazerosa.


- Vitor Rabelo de Sá

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