Cai, cai, cai
A gota de vida no meu copo.
Cai, cai, cai
A gota de morte no chão.
E vai caindo a gota,
Vai alternadamente.
Uma no copo,
Uma no chão.
E vai caindo...
Mas a garrafa está cheia,
O que tem, não sei,
Só quero que derrame
Todo o conteúdo
Em meu copo.
Pois quero a vida,
Quero a limitação da pulsação,
Quero a determinação
Do respirar.
Mas o que ocorrerá,
Apenas a mim cabe saber.
E que esse copo não transborde de vida.
Porque se cair, torna-se morte.
A morde do desejo,
Da felicidade.
Então,
Que se beba moderadamente tudo isso,
Porque se acabar, também não há mais vida.
Então cai, cai, cai.
E vai caindo,
E vai surgindo,
E vai vivendo.
Vivendo.
Vivendo.
Vivendo.
- Vitor Rabelo de Sá.
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