quinta-feira, 3 de março de 2011

D'alma

Duvido que sejas inteiramente humano,
Jurando sê-lo inteiro.
Tua carne animal invoca-se em liberdade,
Tua carne racional nega-se ser vida.

Duvido que ames infinitamente quem te nega,
Convencido de odiá-lo sempre.
A bomba animal, maquinalmente, bate em tua caixa.
Tua bomba emocional, tristemente, chora em eterna noite.

Duvido que bebas todo copo d'alma,
Afirmando, a sede, tê-la sempre.
O teu sabor natural o sacia de eterno dia.
O teu sabor artificial o deixa sedento de reza.

Calma alma, alma minha.
Enchas o copo da vida em bela noite,
Com um drinque d'alma amada.


- Vitor Rabelo de Sá

Nenhum comentário:

Postar um comentário